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Alergia a picadas de insetos: como evitar e tratar.

  • Foto do escritor: Leonardo Bonifacio
    Leonardo Bonifacio
  • 27 de dez. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de jan. de 2024

Algumas pessoas desenvolvem reações exacerbadas após picadas de insetos em geral, especialmente mosquitos e formigas. Com o aumento das picadas, vão surgindo lesões que podem inflamar, e alguns casos infeccionar, podendo levar a cicatrizes no loca. É uma queixa muito comum no consultório, principalmente entre as crianças. Você sabe o que é a alergia a picadas de insetos e como evitar e tratar a condição?



criança com alergia a picada de inseto


Alergia a picadas de insetos: saiba como evitar e tratar:


O termo para esta condição é chamado de prurigo estrófulo. É caracterizado por uma reação exacerbada do organismo a picada do inseto. Primeiro, ocorre a fase de sensibilização: com as picadas recorrentes, o organismo passa a perceber as substâncias que são inoculadas através da picada como algo que pode gerar dano ao corpo, e passa a reagir a essas substâncias. Como existe essa fase de sensibilização, ou seja, o período em que ocorrem as picadas para que o organismo passe a combater de forma exagerada, a doença é incomum antes dos 6 meses de vida, pois ainda não houve tempo para que a sensibilização ocorra.


Após a sensibilização, as picadas sequentes vão causar uma resposta inflamatória anormal no local, levando a formação de pápulas eritematosas (lesões com relevo, arredondadas, e vermelhas), que geralmente aparecem no corpo de acordo com os hábitos do inseto causador. No caso dos mosquitos, as lesões são mais proeminentes em membros superiores e inferiores (braços e pernas) e cabeça, geralmente tem distribuição linear (seguem uma linha) e podem aparecer em duplas. Já nas formigas, pulgas e carrapatos, também há predomínio em membros, porém as pernas são mais afetadas. As áreas que geralmente estão cobertas por camisas, shorts e bermudas são menos afetadas.


A quantidade de lesões é bem variável, podendo ser poucas, até disseminadas pelo corpo todo. Elas causam prurido (coceira) importantes, podendo haver lesões de escoriação (arranhadura) juntas devido ao ato de coçar.


As lesões e a coçadura favorecem o aparecimento de infecções secundárias nos locais, fazendo com que bactérias penetrem na pele e causem infecção, podendo gerar quadros de impetigo ou até infecções mais graves de pele como a celulite.


Qual o mecanismo dessa doença?


Como explicado, é uma doença em que o organismo da pessoa reage de forma exagerada, após um período de sensibilização onde ocorreram diversas picadas. Nem todas as pessoas desenvolvem a doença, mesmo que haja picadas contínuas. Por isso, a pessoa que tem a doença tem uma pré-disposição genética a desenvolve-la, sendo mais comuns em indivíduos com alergia.


Um ponto importante do prurigo estrófulo é que novas picadas "reacendem" e aumentam a inflamação das picadas anteriores, que já estavam em cicatrização. Ou seja, uma nova picada no braço pode piorar uma lesão na perna, e isso ocorre devido aos mecanismos imunológicos da doença. Por isso é importante a prevenção eficaz de novas picadas.


Qual é o tratamento da doença?


O tratamento da doença abrange um conjunto de cuidados. Primeiro, é importante que se previna novas picadas, pois nenhum tratamento vai controlar a doença adequadamente se a criança permanecer sendo picada pela inseto. Por isso, o uso do repelente é fundamental e a indicação número 1 no tratamento e prevenção do prurigo estrófulo. Além disso, é necessário medidas ambientais para diminuir o número de insetos, como instalação de telas em portas e janelas para evitar a entrada. Pode-se usar o mosquiteiro onde a criança dorme, mas é importante observar se não há mosquitos dentro antes. Em alguns casos e dependendo do inseto, pode ser necessária a realização de dedetização por empresa especializada.


O uso de roupas adequadas também é maneira eficaz de diminuir picadas. O uso de calças que cobrem toda a pele, e blusas de mangas compridas criam uma barreira física contra o inseto, e devem ser usadas principalmente em locais com maior exposição, como parques, fazendas e chácaras.


O repelente deve ser usado diariamente. Existem diversos repelentes com potência e eficácias diferentes, sendo o mais recomendado os que contenham a substância Icaridina, pois tem maior eficácia e maior tempo de ação. Existem repelentes liberados para bebês com menos de 6 meses, com óleo de citronela e icaridina, porém depende da concentração dessas substâncias. Os repelentes devem ser passados de acordo a indicação do fabricantes, mas geralmente varia de 2x ao dia para crianças de 2 a 7 anos de idade, e 3x ao dia para crianças maiores de 3 anos.


Nas lesões já ativas, pode ser feito o uso de corticoide tópico, geralmente aplicados de 1x a 2x por dia por um período de 5 dias. Eles diminuem a inflamação e a coceira no local. O uso de antialérgicos (anti-histamínicos) orais podem ajudar a diminuir a coceira, e devem sempre ser preferidos os de segunda geração adequados para idade. Também podem ser feito o antialérgico (anti-histamínico) local na forma de pomada ou creme, mas ele pode ocasionar alguns efeitos colaterais, e dependendo do número de picadas e lesões, é preferível usar por via oral. Em caso de infecções secundárias, pode ser usada pomadas de antibiótico no local, e em casos mais graves, pode ser necessário antibiótico por via oral.


É muito importante a consulta com um médico especialista, para que o diagnóstico e tratamentos corretos para cada caso seja iniciado.


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Quem faz: 

Leonardo Bonifácio

Médico formado pela UNIFESO

Pós-graduado em Pediatria pela IBCMED - SP
Especializando em Alergia e Imunologia pela UNIFASE

no Hospital Central do Exército - RJ

contato@leonardobonifacio.com

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